Burle Marx

Fotografia: Halley Pacheco de Oliveira

Burle Marx, uma história de amor pela arte e pela natureza.

Roberto Burle Marx foi artista plástico, reconhecido internacionalmente pelo seu trabalho de paisagismo que valoriza a biodiversidade de cada país. Também divulgou o senso de brasilidade através dos “nossos jardins”.

Filho de pais amantes das artes, desde muito cedo sua sensibilidade com o meio ambiente também foi despertada. Acompanhava a mãe nos cuidados diários com a diversidade de flores que plantava no jardim. Cada vez mais interessado, aprendeu a preparar canteiros e a observar a germinação das sementes em jardins e hortas.

Curiosamente seu encantamento pela vegetação brasileira aconteceu num Jardim Botânico da Alemanha por volta dos 19 anos! Esse despertar pela flora brasileira se tornaria uma constante no seu trabalho.

Burle Marx era um entusiasta da flora brasileira, contagiava todos à sua volta, chegou a organizar e participar de várias expedições pelo país em busca da diversidade ornamental das plantas para compor em seus projetos.

Morou grande parte de sua vida no Rio de Janeiro, onde estão localizados seus principais trabalhos, embora sua obra possa ser encontrada no mundo inteiro, a exemplo do Parque Generalíssimo Francisco de Miranda, em Caracas, Venezuela, a Embaixada do Brasil em Washington, nos Estados Unidos… também recebeu diversos títulos nobres, dentre eles o de Doutor Honoris, na Academia Real de Belas Artes de Haia, Holanda e no Royal College of Art em Londres, Inglaterra.

O primeiro projeto de jardim público idealizado por Burle Marx foi em 1934, a Praça de Casa Forte no Recife. Onde fez uso intenso da vegetação nativa nacional. Em 1935, projetou a Praça Euclides da Cunha, ornamentada com plantas (antes desvalorizadas) da caatinga e do sertão nordestino. Muitas plantas originárias da Mata Atlântica hoje são utilizadas em função da sua busca, as bromélias são um caso típico nesse sentido.

Burle Marx era um homem simpático e amável, de longos cabelos ondulados e brancos, que parece ter adicionado essa característica pessoal em seu trabalho paisagístico. Onde as curvas expressavam a liberdade dos rios que contornam as florestas brasileiras mas também as surpresas que a vida reserva ao longo da estrada. Naturalmente o Brasil exala sua beleza típica e singular para todo o mundo. Não é à toa que seu trabalho é sinônimo de paisagismo brasileiro no mundo.

Burle Marx faleceu no Rio de Janeiro, em 5 de junho de 1994, tendo projetado mais de 2.000 jardins ao longo da vida. Seu trabalho perpetuou em seus discípulos mas sua alma criativa deixou saudades.

Texto por Anny Caroline Siqueira de Carvalho, jornalista, 24 anos, "amo a vida e quero transmitir o melhor a todos que cruzarem meu caminho".

Fotografia: Halley Pacheco de Oliveira